Conta a mitologia grega que o primeiro leque foi uma asa de Zéfiro arrancada por Cupido para abanar sua amada Psiché.
Uma outra lenda conta que a filha de um poderoso mandarim foi assistir à Festa das Lanternas, onde milhares de velas são acesas. Com o calor, ela sentiu-se mal e discretamente tirou a sua máscara para abanar-se com ela. Esse gesto era considerado uma coisa terrível e então, como era querida e respeitada, foi imitada por todas as outras mulheres, que desta forma a protegeram.
É bonito não é?

Quando era miúda dizia a minha tia que, algures há dois ou três séculos atrás, a nossa família tinha herdado uma costela espanhola. Enfim, ninguém é perfeito e certamente alguma coisa me ficou no sangue tendo em conta o uso que dou aos meus abanicos comprados numas quaisquer lojecas de recuerdos.
Correndo o risco de parecer uma abuela ou matrona espanhola, tenho ainda de aprender o uso e linguagem complexa dos leques, tão em voga nas cortes glamourosas do passado…
Entre os muitos códigos existentes acabei de aprender uns quantos:
abanar rapidamente: amo-te perdidamente!
abanar lentamente com pausas: sou casada, és-me indiferente.
fechar o leque lentamente: significa SIM!
fechar rapidamente: significa NÃO!
abrir e fechar rapidamente: cuidado! estou comprometida...
deixar cair o leque: pertenço-te!
Na santa ignorância e recordando todas as formas, usos e velocidades que tenho dado ao abanicar dos meus leques nos últimos dias, já devo ter deixado muitas confusões, ódios, paixões, declarações e insultos espalhados à minha volta... ihihihihihi.
Etiquetas: fairy diary, girlish, no sense