Nunca tinha pensado seriamente nisto, mas francamente começo a acreditar que vivo em cima de um qualquer ponto X, seguramente uma porta de passagem para a 5ª dimensão...
Desde há 2 anos – no mínimo – que quase todas as noites, rigorosamente entre as 5h e as 5h30 da manhã, oiço uma senhora, uma vizinha imagino, a FALAR AO TELEMÓVEL À JANELA!
Já para não falar do incómodo àquelas horas da madrugada, ou o desconforto de ouvir conversas alheias, o mais estranho é que de onde a voz me chega, não consigo identificar qual vizinha é a protagonista desta estranha proeza pois existem muito poucas janelas naquela direcção apontadas ou com capacidade para tal amplitude sonora.
Nem sempre consigo seguir as palavras das longas conversações mas são sempre em tom decidido e pragmático, quase um monólogo no divâ, em frente ao analista.
Felizmente já tive testemunhas destes estranhos telefonemas, senão ao longo do tempo começaria a convencer-me de que sou sonâmbula ou que sonho acordada (acontece... mas não neste caso).
Mas a noite passada, após um telefonema mais curto do que o habitual, aconteceu o – ainda mais – insólito: a senhora pôs-se a cantar! Sim, a cantar modinhas e ladaínhas de outros tempos, numa voz entoada e melodiosa, como se o fizesse enquanto ceifava trigo, ou fiava numa roca, ou entraçasse réstias de cebolas à sombra de uma árvore...
Sei lá, foram as imagens que me passaram pelos olhos...
Garanto-vos novamente: eu não estava a sonhar! %-|
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