Ciclicamente, eu – uma criatura que tenta praticar alguma humildade e não apregoar ou acatar verdades absolutas –, sou assolada por sentimentos de dedução imediata.
Obviamente são tão falíveis como os horóscopos da Maya ou as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia.
Mas, de loop em loop, lá fui novamente atacada pelo fenómeno. E de um ímpeto, agi. Sem pestanejar, agarrei e corri atrás da intuição, do insight, momentaneamente tão clara se revelou a imagem na minha mente.
Fui com ansiedade, não sem muita insegurança, mas com coragem, determinação e uma esperança naïf. Sou muito emotiva, é o que é, quando atingida por um qualquer raio que me fulmina os neurónios. E a clarividência.
Aquilo que imaginei ser uma realidade potencialmente tangível revelou-se uma desconcertante desilusão. A verdade crua e dura ficou longe da felicidade que projectei.
Razão simples e incontornável: ainda é cedo no calendário e, na tasca da Dona Xica, ainda não servem caracóis :'(
Após o embate, a ilusão ruiu e percorri o caminho de regresso a casa, cabisbaixa em desengano e embaraço. A segurar, na mão direita, a trela da Milú que me puxou a reboque e, na mão esquerda, um imenso tupperware – vazio...
Despojos da derrota.
Pois sim, quem não arrisca, não petisca. Mas quem arrisca, afinal, também não petisca. E nesta situação, muito, muito, muito, literalmente.
Triste como uma Ofélia, cá me vou contentando. Ao menos há tremoços o ano inteiro.
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