...que em tudo são iguais....
...mas não tenho a certeza, qual detesto mais...
A sério, tenho 2 clientes que parecem ser copiados a papel químico no que, à demência, irracionalidade e falta de visão pragmática, diz respeito.
Pespegaram-me nas mãos 2 projectos: colados com cuspo, ao sabor do vento, do improviso, da incompetência e acima de tudo, do capricho alienado destes senhores. O primeiro (que devia estar internado e proibido de qualquer contacto com o mundo exterior) quer uma mega fotobiografia de uma sumidade parda nacional (400 páginazitas dela, assim, só para abrir o apetite), pronta numa semana (!), pois claro, porque acordou agora para a vida e precisa dela como prenda de Natal prós amigos e famelga...
Conteúdos, zero! Previsão de entrega, nem vê-la ou sistematicamente furada! Cronogramas com gráficas, tarefa impossível, porque nem sabe do que fala! Discussões, em barda! E é uma sorte eu ter coração mole e estomâgo rijo! E depois de ter perdido muito do meu tempo e da minha paciência com esta gente que vive no planeta "eu exigo e tu fazes sem piar, só porque sim", resta roer as unhas, engolir sapos, bater com a cabeça na parede e, na verdade, suspirar de alívio.
Ainda não percebi se a coisa afinal vai para a frente (um dia... quiçá), ou não. Aqui entre nós: se avançar não será comigo, mesmo que isso represente um rombo muito violento no orçamento. Quero preservar alguma sanidade mental, acima de tudo.
O outro cliente... mesmo sendo um amigo com quem tenho a confiança de dar berros e murros na mesa, também é tão volátil como álcool etílico e faz-me a cabeça em água. Tinha que fazer um catálogo (só umas 64 páginas, coisa pouca, valha-nos isso) nuns meros 3 dias, fim-de-semana incluído. Ok... let's do it, mesmo faltando ainda algum material. Afinal não, decidiu que não se fazia catálogo e lá vai água, que é como quem diz: horas de trabalho para o lixo.
Mas esperem, deixem o rapaz dormir sobre o assunto, e afinal – surpresa – já há catálogo outra vez! E, oba-oba, para amanhã (literal!).
O retrato do pesadelo. Mas isto é vida para alguém? Como aguenta uma fada, mesmo se andasse a emborcar pastilhinhas para os nervos?
E ainda falta o trabalho "corrente" que não posso falhar. Nada mais, nada menos do que, 880 páginas de ensaios académicos sobre c-a-s-t-e-l-o-s! (em algum momento da vida, tenho a certeza de que fui eu quem suspirou por isto...). Não sendo um cliente directo, ao menos este não é (tão) neurótico e, num momento de lucidez, até concedeu a abébia de uma extensão de 15 dias para o prazo de entrega desta epopeia hercúlea. Ufa! está quase.
Se, porventura conhecerem alguém, inteligente, fôfinho, organizado e capaz de ouvir um comentário/ parecer/ dúvida/ facto/ durante 30 segundos seguidos, e precise de uns dézines gráficos honestos, digam-lhe para vir bater a esta porta, que de outra forma estou a dois passos da loucura.
E a vida podia ser tão maravilhosamente simples.
(Porquê, Zeus? Porquê?)
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