quinta-feira, abril 25, 2013

broken pieces

Ontem, um dos dias mais frenéticos dos últimos tempos, passei mais de 24 horas a trabalhar, colada em frente ao computador e embrenhada numa roda viva de telefonemas.
No decorrer de uma dessas conversações, um enorme estrondo abanou as paredes da casa. De olhar arregalado voltei-me e, no meio de uma nuvem de pó, deparei-me com o vão de uma das janelas da minha sala pespegado no chão. Convenhamos que não foi uma completa surpresa pois já se encontrava num estado deplorável, vai para lá de muitos meses. Gastar dinheiro, fazer obras, cabeça ou tempo disponível para tratar destas banalidades do quotidiano têm sido prioridades mantidas à distância, como daqui até ao Arzebaijão.
Perante as exclamações alarmadas do meu interlocutor do outro lado do telefone, tentei sucintamente explicar o que acabara de acontecer. Comentário que tudo resume: a tua vida não existe.
A sério?
Olhando para o monte de caliça, tijolo, cimento e barrotes ainda ali prostrado, auto questiono-me: e hoje fada, como vai ser o teu dia?

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domingo, abril 21, 2013

chegar a mão ao pêlo

Num passeio de rotina com a peluda, seguindo pelo passeio, um carro passa por nós e de repente oiço travões a fundo. A janela abre-se e a cabeça de uma rapariga em polvorosa surge, debitando em alvoroço: "Olhe para o meu banco traseiro" Olhe para o meu banco traseiro!".
Olhei. E vi um tufinho tímido em forma de Wire Fox Terrier. Percebi a excitação dela. Acontece exactamente o mesmo sempre que me cruzo com alguém da "família". Algo dentro do nosso coração provoca uma espécie de histeria. Afinal não há assim tantos WFT pela cidade, e partilhamos este sentimento inato de confraria. Por vezes sinto como se pertencesse a uma seita exclusiva, e que certos códigos e sentimentos só pudessem ser compreendidos em absoluto por outros membros da irmandade.
Instantes depois já estava a dona fora do carro, a esfregar o lombo à Milú, e a trocar entusiasticamente histórias caninas.
Apesar dos meus alertas, insistiu em apresentar o seu espécimen (uma dócil cadelinha, de seu nome Lisa) à minha bola de mau-feitio. Novo insucesso, devo dizer. Enquanto a outra abanava inocentemente o traseiro, num convite "Olá! Olá! Eu sou a Lisa, queres ser minha amiga?", Dona Milú cheirou, cheirou, e passados 30 segundos estava pronta a afinfar a dentuça no pescoço da sua semelhante. Passo sempre por estas vergonhas, nada a fazer.
Depois da dona e cadela terem seguido o seu caminho (algo frustradas, imagino), poucos metros adiante cruzámo-nos com uma senhora francesa.
Os momentos de alvoroço e exclamações inerentes à seita secreta repetiram-se... A madame tinha deixado no seu país natal o Umbert, outro quadrúpede da mesma raça.
Take 2 da mesma conversa e excitação, rematada pelo comentário da turista: "Ohhhhh.... que emoção, e tem o mesmo cheiro!".
Com esta fiquei abalada. Até compreendo, se o cão é francês, não deve tomar muitos banhos... mas é prudente não atirar pedras quando se tem telhados de vidro, comento para mim própria, olhando (e cheirando) este pompom pespegado aos meus pés, desgrenhado e fedorento.
Mas pelo menos está feliz. Recebeu atenção e mimos a duplicar. Aliás, a triplicar. Simpesmente porque não me importo de sujar e meter as mãos na massa. Perdão, no pêlo.

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quinta-feira, abril 18, 2013

vão-se os anéis, ficam os dedos


Estado em que se fica après un petit tête-a-tête com as finanças:
Em cuecas e soutien.
%-( 

quinta-feira, abril 11, 2013

love of my life

E já vamos em 5... CINCO anos de harmoniosa co-existência.
A Milú hoje está de parabéns! Sendo filha pródiga, mas adoptada, infelizmente nunca saberei o real dia em que aterrou com as patas neste mundo. Para mim será sempre o dia 11 de Abril (corria o ano de 2008),  a marcar a data em que aterrou de patas na minha vida.
E como o tempo passa... Recordo perfeitamente a primeira noite passada em conjunto. Montei-lhe uma camita improvisada (não tinha uma única peça de enxoval) na cozinha. Até eu pregar olho percebi que a miúda estava irrequieta e a estranhar o novo ambiente. Na manhã seguinte encontrei o colchão vazio e divaguei pela casa à procura dela. Encontrei-a comodamente instalada no sofá (claro...) enroscada em mil e um lençóis lavadinhos, que na véspera eu tinha retirado do estendal.
Lancei umas quantas maldições mentais, mas nem sequer me atrevi a incomodar a princesa, tais os rosnares emitidos (se fosse hoje... oh, se fosse hoje...).
Mas novamente, tudo está bem quando acaba em bem. E estamos bem. Feitas uma para a outra :)
Bilú-bilú, Milú-Milú.

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sábado, abril 06, 2013

cut loose

Por vezes são pequenos – pequenissimos – instantes que fazem a diferença e que incitam ao poder de despoletar o gatilho. O gatilho, o grito surdo, o estoiro do balão, o estilhaço, o cansaço. 
E aconteceu. A gana de atirar com a loiça toda contra a parede. Com a vontade de não me cortar novamente na cacaria, mas atirá-la de vez para o lixo. Sem a tentação de a esconder debaixo do tapete, na esperança infundada de um dia descobrir o segredo de uma super cola com a capacidade de reconstruir o puzzle.
É assim que me sinto, sem alarmes, porque cá continuo – e continuarei – fluffy and pink, as usually.
"Estúpida, tão estúpida" passou a ser uma quote (chegará a clássico!) com grande poder catártico [;)], o que é uma excelente conclusão, convenhamos.
Fora com os "cordelinhos" presos ao pé da mesa. Mais do que reais, são mentais, por isso venham as tesouras. Ou os dentes, se necessário.
Sei que nunca terei a coragem de chegar a tais extremos mas amarrada por amarrada, antes assim, com arte :)
To Tixi with

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segunda-feira, abril 01, 2013

full time job

[roubado no facebook ao RAS]

E assim segue a vidinha,... Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, 
Outubro, Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro, Março...
Once a fool, always a fool.

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