grandes exasperações

Como constatar a crú há quanto tempo não utilizo a cozinha:

Chego ao lava-loiças e encontro uma aranha pendurada na torneira.

Estou a transformar-me numa Miss Havisham, extraordinário.

[coming soon pela enésima vez, um clássico é sempre um clássico...]

il settecento

E ainda a feira Setecentista...

Delírio/ experiência da fada que arrastou uma muito, muito querida amiga para estes festivais. Não somos meninas crafty, mas as circunstâncias ("family" oblige) levou-nos pelo segundo ano consecutivo a improvisar e a participar neste evento. 

Tudo porque os meus mui queridos compadres são os organizadores destas feiras temáticas e depois de ter passado umas edições a fazer ateliers para crianças (também nova experiência, duríssima, mas que muito me agradou), passei para o lado de lá das "barraquinhas" para animar e ajudar a minha doce pimpolha afilhada na venda dos seus artigos. E de simples ajuda/ companhia, o desafio no ano passado passou a ser ter a minha própria barraquinha.

Se os tais trabalhos manuais são uma doce terapia, são também um stress para quem não está habituada a ser artesã. Mas com ajuda, da querida amiga, lá tentámos produzir alguns objectos 100% direccionados à temática da feira. Uma tarefa mais fácil (incluindo o facto de o fazermos apenas uma vez por ano) e que de longe nos permite uma maior liberdade nos objectos a vender ao público.

Tivemos a oportunidade de conhecer muitos feirantes, dos profissionais, que fazem disto a vida. E tiro-lhes o chapéu porque é uma vida dura. Como todas as outras profissões, suponho, mas árdua e com muita paciência, perseverança e amor.

Veremos se para o ano a aventura se repete. Em termos económicos (ainda) não é rentável, mas pela experiência — única — acabamos sempre por aprender muita coisa. Para mim, isso já vale. E este ano (apesar do stress e cansaço), foi divertido, muito divertido :)

Os excelentes e divertidos animadores que ajudaram a construir a ponte temporal e transportar os visitantes num flashback de 300 anos.

A fada confessa que se apaixonou perdidamente pelo "tolinho da aldeia". Como podem ver (à esquerda), necessita urgentemente de umas visitas ao dentista/estomatologista, mas era tão, tão, tão, tão docemente silly e hilariante, que derreteu qualquer coração. Conseguiu que passasse 3 dias a rir, perdidamente. E, direi que essa é uma das maiores qualidades que se deseja num homem (com bons ou maus dentes...) ;)

Público anónimo em modo goofy (se ganhassemos por cada fotografia tirada com os nossos adereços, o resultado financeiro teria sido lucrativo...)

 O Padrinho himself! :D (é da família)

 

 Alguns dos amiguinhos que nos foram visitar e feirar :)

E a ti, querida Lev, um gigante e incondicional agradecimento do fundo do coração! 

(só tu, para aturares a fada nos seus devaneios...)

[fotos: © Lev]

make everything OK

Como é que não descobri isto mais cedo? Tão fácil, à distância de um click.

Ufa,  f-i-n-a-l-m-e-n-t-e  tenho a vida resolvida!

Ou não... dada a minha habitual percepção distorcida da realidade objectiva...

[roubado no facebook]

barrocas

De Queluz para o Chiado, performance setecentista @ silva!

já sou crescida

[cupcake virtual oferecido por mrs. Elisa]

Pois que entrei no novo ano solar (mais um...) e as celebrações, apesar de modestas, foram uma delícia.

Extra mimada, estive com as amigas do coração — meninas marotas — que consideraram que a fada já tinha idade mais do que suficiente para usar batom.

É lindo, e a cor muito bonita, caso pintasse alguma coisa...

Nã pexêeeeembo!... (dito com uma voz muito esganiçada) ;D

B-day

 

Tão, tão, tão literal... 

Ai.

swolled

Oh my, deve ser da idade, estou com as pernas do tamanho do mundo %\

Necessito de umas horas em posição de morcego.
(esperando que o efeito não se transfira para a cabeça)

fairy palace

Estou de regresso, após teletransporte do século XVIII em directo para o XXI. Por mim, lá teria continuado, rodeada de rócócós dourados, sedas, brocados, plumas e leques.

Foram dias trabalhosos, mas muito divertidos, sempre na companhia de queridos amigos.

Como bónus extra, tive direito a uma visita privada e personalizada a todo o Palácio Nacional de Queluz, yeah! Fiquei com os olhinhos a cintilar, em particular com os lindíssimos e majestosos lustres. Em comparação mental com o modesto exemplar que ilumina a sala cá de casa, tentei contabilizar a escala da tarefa da limpeza de milhões de pingentes (que estavam estavam imaculados), mas depressa desisti...

Para além da famosa Sala dos Espelhos, da Sala das Serenatas ou da Sala dos Embaixadores (todas dignas de grandes banquetes ou faustosos bailes de máscaras), foi um mimo ver o papel de parede às florzinhas na salle de bain (resumida a dois cadeirões com uns peniquinhos embutidos) do boudoir da Rainha.

E adorei a Sala das Merendas, de mesa posta cheia de salvas e expositores rendilhados, prontos a serem cobertos com cascatas de talhas barrocas esculpidas com natas e açúcar.

Não sei se D. Maria I (a louca) partilhava a perdição de Maria Antonieta por cream cakes, mas é impossível deixar de imaginá-los (e sonhar saboreá-los) em tão apetitoso cenário.

Gostei muito deste tour, a cenários de reis e princesas, remake da minha visita de estudo de infância. "Obrigadinha", miss M. ;)

talhas douradas

Durante os próximos dias estarei aqui, armada em Maria Antonieta.
Na verdade, sinto-me mais Padeirinha de Aljubarrota, tal estão as mãos calejadas...

até cola fadas ao tecto

Como aferir a eficácia de micro tubos de cola de contacto:
no dia seguinte, tudo o que levámos horas a montar, descola-se — má qualidade
no dia seguinte, já não temos pele na ponta dos dedos — boa qualidade

(bom, se fosse noutras zonas do corpo, seria consideravelmente mais grave)

to do or not to do

Pelo andar da carruagem e olhando para a agenda,
vou conseguir ir à cama algures para a semana que vem.
A to do list só para as próximas 48h já está em forma de rolo papiro, e não lhe vejo o fim...
escrever um gazilião de mails — to do
fazer três gaziliões de telefonemas — to do
marcar meio gazilião de reuniões — to do
percorrer a cidade cinco vezes — to do
preparar artes finais para meia-hora atrás — to do
coser mil rendas e veludos — to do
fazer 30.874 recortes manuais — to do
colar 800.389 bugigangas — to do
empacotar 208.518 traquitanas — to do
lavar roupa — to do
limpar a casa — to do
dormir — to do
comer — to do
coçar a barriga à Milú — to do
pintar as unhas — no próximo ano
perder tempo com este blog — done!

cupido na sopa

E lá vai a minha colecçãozinha de livros de cozinha afrodisíaca (entre eles, este clássico e delicioso Venus in the Kitchen), para as mãos de uma querida amiga.

Tudo em prol de um trabalho de "investigação" que, segundo consta, vai ser apresentado em breve num jantar "experimental". Presumo que também vou servir de cobaia — como comensal — orgias à parte.
Já diz o velho ditado que "um homem conquista-se pelo estômago". Quanto à vossa eventual curiosidade sobre se já confeccionei algumas das receitas e quais os resultados práticos, abstenho-me de comentários.
Experimentem, que fazem bem :)

factos

Indeed.
Mas às vezes distraio-me.

things to make

Aqui ando, em nova revoada de trabalheiras. Desta vez dedicada aos "trabalhos manuais", armada em menina crafty.
A mesa já não tem um centímetro livre de espaço, tal está forrada de linhas, agulhas, fitas, rendas, laçarotes, pingentes, colas, pincéis, cartolinas, tecidos, missangas, tesouras, frascos e frasquinhos.
Gosto destes "hobbies" mas a lentidão com que o trabalho está a avançar, mata-me. É tudo microscópico, cheio de detalhe e cada vez estou mais míope 8-\
Trabalhar com pinças e alicates ou peças com 1mm de espessura também não ajuda. E a inspiração foi de férias.
Enfim, mais uns dias e mostrarei o resultado. Ou não...

psicãodelismos

Momento lúdico do dia.
Estavamos a precisar de um toque de cor.
Agora, com licença, tenho de ir buscar a Milú.
Escondeu-se debaixo do sofá.

carbonizada

Se há fogos que desesperadamente tentamos reacender, à força de carvão e acendalhas, explosões de bazucas ou reanimadores cardíacos, igualmente há os outros que desejavamos apagar com um simples sopro, uma tromba de água, extintores de carbono ou, em desespero de causa, fechando os olhos e sustendo a respiração por 5 minutos. Ainda assim, podem permanecer em combustão espontânea, a consumir tudo em cinzas, e continuam a arder, tais chamas olímpicas — eternas.
À parte os incêndios do coração, neste momento o que muito me preocupa é aquela chaminha azul que alimenta o meu esquentador. Ou melhor, o facto de recorrentemente apagar-se, sem razão evidente.
Claro que descubro sempre o sucedido quando já estou dentro da banheira, de pés gelados, e lá tenho de ir empoleirar-me num banco, com um fósforinho na mão, a tentar reanimar a mini labareda. E cada vez tem sido mais difícil.
Em antecipação à minha sorte matreira, prevejo que lá para meados de Novembro, o queimador pife de vez.
E se há coisa da qual tenho terror, é de banhos de água fria. Metafóricos ou reais.

crystal clear

Finalmente consegui ver de relance os meus vizinhos do lado.
Estando a lavar a loiça, reparei de soslaio num vulto na varanda ao lado. Uma criatura (imagino que seja o MacGyver da cana de pesca), fumava pacatamente um cigarro.
Mais tarde detectei movimentações na divisão em frente à minha cozinha, que corresponde à casa-de-banho deles. E fez-se luz, uma imensa luz.
Vi a janela aberta, com as cortinas de renda florida do melhor poliester espanhol a ondularem, uma farfalhuda palmeira decorativa ao lado e, em recorte, um massivo (novo) lustre de pingentes aceso! Quase tão grande e cintilante como aquele que tenho na sala.
Impressionante!
Tiro-lhes o chapéu, mas tenho de tomar providências. Estes espanhóis estão a bater-me aos pontos!

who's afraid of fairy wolf?

Sobrevivi à caçada.
Estive (literalmente) num filme, envolta num cenário fantástico no meio de uma história mirabolante, vivida numa aldeia mágica parada no tempo.
Esquivar-me das garras do lobisomem foi a missão mais fácil, tendo em conta que para ir caçá-lo tivemos de percorrer mais de 1 km a pé, no meio de trilhos de cabras.
Infelizmente antes da partida a fada não teve tempo de se preparar convenientemente, e teve de sofrer a caminhada em cima de saltos altos (hum, grave erro de casting...).
À ida, ainda fui fresca — mas não segura — pela verdura, mas à volta a coisa complicou-se. Após quase oito horas desde o início da aventura, com o corpinho moído e os pés em papa, regressei à civilização às 5 da manhã, aos tropeções e apenas iluminada pela Lua Cheia.
Resumo: dois dias sem me mexer, de pernas arranhadas e ansiosa pelo próximo take :)