sem isco
Momento surreal da noite (até andava a estranhar tanta normalidade):
Ontem, estando pacatamente sentada na sala, começo a ouvir uns ruídos alarmantes nos andaimes da vivenda em frente — abandonada, decrépita, coberta por uma carcaça de vigas, zincos e telas vampirescas, e há muito à espera de obras, mas mais provavelmente a caminho de um fim em derrocada pela colina abaixo...).
Assustei-me! Em tempos idos, criaturas igualmente decrépitas, tentaram arrombar, roubar ou simplesmente pernoitar naquele esqueleto arquitectónico.
Sem me mexer apenas olhei para a rua e vi uma cana de pesca, à altura da minha janela e em "ponte" entre o prédio e a dita vivenda. Suspirando, imediatamente fiquei tranquila.
♬ «Tudo estava normal em Queluz ocidental» ♬
Enquadramento devido: desde há dois ou três meses tenho novos vizinhos no andar ao lado. Espanhóis. Medo! Estes vizinhos marcam indelevelmente a sua presença (apesar de, se nos cruzarmos na rua, nem saber quem são). Numa palavra (que odeio solenemente), são a todo e qualquer instante p-r-ó a-c-t-i-v-o-s (tanto que tenho a contar sobre isso).
Vai daí, ser absolutamente normal que do outro lado da rua e à distância de pelo menos uns 1o metros — a partir da janela — tentem com uma cana de pesca, soltar uns farrapos de tela da casa fronteira, que se tinham enrolado nos andaimes. O propósito exacto de tal operação ultrapassa-me completamente, pois a tal tela (presa ou solta) não passa disso: simples farrapos.
Depois de repetidas tentativas (e imagino, muitas cãibras nos braços do vizinho), a manobra não foi bem sucedida. Decorridos alguns minutos, vejo de novo a cana de pesca a investir nas telas. Olhando melhor, reparo que desta vez tem um grande x-acto amarrado na ponta (temos MacGyver espanhol!).
Após alguma insistência, e finalmente cortada e libertada a tela, a empreitada foi terminada (com os tais fantásticos farrapos agora soltos...) e decerto nuestros hermanos tiveram uma noite de sono muito mais descansada.
Ah! Regressando à cana de pesca... Inusitada ferramenta, pensarão vocês. Pois que não. Pois que não, assegura a fada.
Canas de pesca é o que não falta neste prédio!
Basta a qualquer inquilino (eu incluída) dirigir-se ao saguão comum às varandas das cozinhas para, à distância de um braço, livremente aceder a uma qualquer cana de pesca. E são muitas as disponíveis!
Assim constato que ainda tenho tantas, mas tantas, prosaicas curiosidades do quotidiano por relatar.
Todas com perfeito e adequado enquadramento na actual silly season... parece-me.
Ontem, estando pacatamente sentada na sala, começo a ouvir uns ruídos alarmantes nos andaimes da vivenda em frente — abandonada, decrépita, coberta por uma carcaça de vigas, zincos e telas vampirescas, e há muito à espera de obras, mas mais provavelmente a caminho de um fim em derrocada pela colina abaixo...).
Assustei-me! Em tempos idos, criaturas igualmente decrépitas, tentaram arrombar, roubar ou simplesmente pernoitar naquele esqueleto arquitectónico.
Sem me mexer apenas olhei para a rua e vi uma cana de pesca, à altura da minha janela e em "ponte" entre o prédio e a dita vivenda. Suspirando, imediatamente fiquei tranquila.
♬ «Tudo estava normal em Queluz ocidental» ♬
Enquadramento devido: desde há dois ou três meses tenho novos vizinhos no andar ao lado. Espanhóis. Medo! Estes vizinhos marcam indelevelmente a sua presença (apesar de, se nos cruzarmos na rua, nem saber quem são). Numa palavra (que odeio solenemente), são a todo e qualquer instante p-r-ó a-c-t-i-v-o-s (tanto que tenho a contar sobre isso).
Vai daí, ser absolutamente normal que do outro lado da rua e à distância de pelo menos uns 1o metros — a partir da janela — tentem com uma cana de pesca, soltar uns farrapos de tela da casa fronteira, que se tinham enrolado nos andaimes. O propósito exacto de tal operação ultrapassa-me completamente, pois a tal tela (presa ou solta) não passa disso: simples farrapos.
Depois de repetidas tentativas (e imagino, muitas cãibras nos braços do vizinho), a manobra não foi bem sucedida. Decorridos alguns minutos, vejo de novo a cana de pesca a investir nas telas. Olhando melhor, reparo que desta vez tem um grande x-acto amarrado na ponta (temos MacGyver espanhol!).
Após alguma insistência, e finalmente cortada e libertada a tela, a empreitada foi terminada (com os tais fantásticos farrapos agora soltos...) e decerto nuestros hermanos tiveram uma noite de sono muito mais descansada.
Ah! Regressando à cana de pesca... Inusitada ferramenta, pensarão vocês. Pois que não. Pois que não, assegura a fada.
Canas de pesca é o que não falta neste prédio!
Basta a qualquer inquilino (eu incluída) dirigir-se ao saguão comum às varandas das cozinhas para, à distância de um braço, livremente aceder a uma qualquer cana de pesca. E são muitas as disponíveis!
Assim constato que ainda tenho tantas, mas tantas, prosaicas curiosidades do quotidiano por relatar.
Todas com perfeito e adequado enquadramento na actual silly season... parece-me.
Etiquetas: fairy diary, neigbours
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