mi no comprenda
Para a fada alguns dos — pequenos — mistérios da natureza humana ficarão, para todo o sempre, por esclarecer.
Deixando de lado a busca do sentido da vida, vou dar-vos algumas pistas desses singelos fenómenos através de 3 exemplos da minha vizinhança:
Vizinhos disfuncionais #1
Não lhes consigo aferir a nacionalidade mas já percebi que são muuuuuuuitos. E isso reflete-se no enorme estendal de roupa pendurado à janela. Quando digo enorme, quero mesmo dizer gigantesco! Imaginem pilhas e pilhas e pilhas de roupa sobrepostas em duas periclitantes cordas, sem ou com apenas meia-dúzia de molas a prender.
Resultado: não há dia — e são TODOS os dias, acreditem — que uma imensa plantação de cuecas, peúgas, cobertores, ceroulas e lençóis não esteja a forrar as pedras da calçada, 3 andares abaixo.
Também nunca detectei alguma preocupação em recolher os trapos que, se necessário, ali ficam espezinhados no chão ad eternum, a corar ao sol (ou à chuva...).
É a chamada prática — literal — de deitar dinheiro à rua...
Vizinhos disfuncionais #2
Estes vivem q.b. perto do meu lar e definitivamente são bem mais tenebrosos. Com uma história familiar verdadeiramente disfuncional e absolutamente imprópria para ser relatada nestas paredes, têm desde sempre uma prática "inócua" que me deixa com pele de galinha.
Sempre que alguém quer entrar em casa simplesmente BERRA o nome do pai/mãe/marido/filho/avó/primo/cunhada/etc para abrir o trinco, isto à distância física e auditiva de outros 3 andares...
Ao iníco pensei que teriam a campainha do prédio avariada mas com o passar dos tempos, todos os dias (e a TODAS as horas) a cantoria manteve-se. E já lá vão mais de 7 anos %-|
Tendo em conta que, quando há arrufos conjugais a moça foge pela mansarda e corre, histérica aos gritos, pelos telhados, eu já não me chateio nada com tudo o resto.
Vizinhos disfuncionais #3
Estão perto, muito perto. São os do andar aqui por cima...
A prole gigantesca continua cá caída mas felizmente a criançada cresceu, acalmou nas batalhas campais e só os oiço, de vez em quando, a uivar em frente à Playstation.
O problema agora são os avós... Por alguma razão que a lógica desconhece, todas as campainhas do nosso prédio estão ligadas ao apartamento deles. E eles... que gostam muito de ir passar temporadas à terrinha tiveram nos últimos tempos, a brilhante ideia de desligar o quadro eléctrico sempre que viajam.
Resultado: nada faz trim-trim e os nossos familiares, amigos, carteiros, estafetas, entregas ao domicílio, homem do gás ou testemunhas do Jeóva ficam especados à porta, ingloriamente de dedo espetado no botão. Depois, sem obterem qualquer resposta das casas surdas/mudas, vão-se embora, pois claro.
Considerando que em épocas festivas, como as "actuais férias" da Páscoa, as ausências dos velhotes são prolongadas, a vida nesta colmeia não tem sido nada fácil.
Solução: tenho que me lembrar de avisar as visitas para telefonarem quando chegam ao prédio e lá desço as escadas para lhes abrir a porta. A minha empregada, por exemplo, que nunca tem saldo no telemóvel, tenta sempre partir os vidros das janelas numa tentativa de me chamar a atenção.
Já me ocorreu que, outro recurso é adoptar a técnica descrita na esquizofrenia #2 e provar de uma vez por todas que ninguém está livre também, de se transformar — e num piscar de olhos — numa abécula disfuncional.
É triste. É a vida.
Deixando de lado a busca do sentido da vida, vou dar-vos algumas pistas desses singelos fenómenos através de 3 exemplos da minha vizinhança:
Vizinhos disfuncionais #1
Não lhes consigo aferir a nacionalidade mas já percebi que são muuuuuuuitos. E isso reflete-se no enorme estendal de roupa pendurado à janela. Quando digo enorme, quero mesmo dizer gigantesco! Imaginem pilhas e pilhas e pilhas de roupa sobrepostas em duas periclitantes cordas, sem ou com apenas meia-dúzia de molas a prender.
Resultado: não há dia — e são TODOS os dias, acreditem — que uma imensa plantação de cuecas, peúgas, cobertores, ceroulas e lençóis não esteja a forrar as pedras da calçada, 3 andares abaixo.
Também nunca detectei alguma preocupação em recolher os trapos que, se necessário, ali ficam espezinhados no chão ad eternum, a corar ao sol (ou à chuva...).
É a chamada prática — literal — de deitar dinheiro à rua...
Vizinhos disfuncionais #2
Estes vivem q.b. perto do meu lar e definitivamente são bem mais tenebrosos. Com uma história familiar verdadeiramente disfuncional e absolutamente imprópria para ser relatada nestas paredes, têm desde sempre uma prática "inócua" que me deixa com pele de galinha.
Sempre que alguém quer entrar em casa simplesmente BERRA o nome do pai/mãe/marido/filho/avó/primo/cunhada/etc para abrir o trinco, isto à distância física e auditiva de outros 3 andares...
Ao iníco pensei que teriam a campainha do prédio avariada mas com o passar dos tempos, todos os dias (e a TODAS as horas) a cantoria manteve-se. E já lá vão mais de 7 anos %-|
Tendo em conta que, quando há arrufos conjugais a moça foge pela mansarda e corre, histérica aos gritos, pelos telhados, eu já não me chateio nada com tudo o resto.
Vizinhos disfuncionais #3
Estão perto, muito perto. São os do andar aqui por cima...
A prole gigantesca continua cá caída mas felizmente a criançada cresceu, acalmou nas batalhas campais e só os oiço, de vez em quando, a uivar em frente à Playstation.
O problema agora são os avós... Por alguma razão que a lógica desconhece, todas as campainhas do nosso prédio estão ligadas ao apartamento deles. E eles... que gostam muito de ir passar temporadas à terrinha tiveram nos últimos tempos, a brilhante ideia de desligar o quadro eléctrico sempre que viajam.
Resultado: nada faz trim-trim e os nossos familiares, amigos, carteiros, estafetas, entregas ao domicílio, homem do gás ou testemunhas do Jeóva ficam especados à porta, ingloriamente de dedo espetado no botão. Depois, sem obterem qualquer resposta das casas surdas/mudas, vão-se embora, pois claro.
Considerando que em épocas festivas, como as "actuais férias" da Páscoa, as ausências dos velhotes são prolongadas, a vida nesta colmeia não tem sido nada fácil.
Solução: tenho que me lembrar de avisar as visitas para telefonarem quando chegam ao prédio e lá desço as escadas para lhes abrir a porta. A minha empregada, por exemplo, que nunca tem saldo no telemóvel, tenta sempre partir os vidros das janelas numa tentativa de me chamar a atenção.
Já me ocorreu que, outro recurso é adoptar a técnica descrita na esquizofrenia #2 e provar de uma vez por todas que ninguém está livre também, de se transformar — e num piscar de olhos — numa abécula disfuncional.
É triste. É a vida.
Etiquetas: fairy diary, neigbours
9 Comments:
Ui, sobre vizinhos disfuncionais também eu poderia escrever uns posts...
Vivo com mais 3 andares por cima e fico pasma como é que não se incomodam em (pedir para) ir apanhar as coisas que caem sobre o tecto da garagem. Só 2 vezes é que me tocaram à campainha para esse efeito: de uma vez, tinha caído um daqueles cobertores com o tigre estampado (estava pesadíssimo ainda por cima, porque tinha apanhado chuva) e da outra vez foi... um gato (!) que caiu do 3º andar. O mais curioso foi a vizinha vir equipada para galgar o andar até lá abaixo de hotpants de couro, colants pretos e botas de salto agulha pelo joelho. Sendo uma senhora cheia de carnes, o desequilíbrio deu num tombo digno de nota 8,5.
Quanto a questões como a tua da campainha, também tenho mas com a luz das escadas. Resolveu-se com um simples bilhete colado à entrada a pedir para considerar a existência de outros inquilinos.
querida fada,
um amigo meu diz que, já que não pode evitar ter vizinhos, aproveita essa malfadada circunstância da vida e torna-a útil.
é usual vê-lo pedir a bela da caneca de açucar ou o limãozinho que tanta falta lhe faz para o jantar! :)
eu tenho um vizinho que anda de roupão, armado (o homem era militar, da marinha ou algo do género), a passear pelas zonas comuns do prédio a partir das 10 da noite e a dizer que há ladrões e que ouve barulhos.
a este vizinho LOUCO ninguém pede nada pois ainda recebe um tiro!
têm que internar o homem...
besitos!
ahahahahah!!!
Meninas! (e meninos, os que vierem...), deixem todos aqui as vossas estórias de vizinhos que eu transformo isso num best-seller, ilustrado, claro! :D
mas que saga a tua fadinha!
ihihih estou mesmo a imaginar-te com os cabelos em pé!
olha que era giro a malta começar a gritar por ti (a plenos pulmões) no meio da rua... não estás a pensar mudar-te nos próximos tempos, ou estás?
beijinhos!
Atreve-te Maga, atreve-te!!!
;D
Rach... a imagem do gato e sua dona ainda não me saiu da cabeça...
Seja como for o Macário compensa!
:-(
Ora muito bem.....Era uma vez uma moçoila...Eu..que sempre viveu numa casa... sem vizinhos...por questões estéticas(dinheiro),comprou casa num prédio...1ªDrt...Ora bem...R/C Esq..sempre alugado...a grupos...bandas,ranchos,grupos de capoeira....R/C Drt..Casal de idosos amoroso...só que quando o vento muda...atiram-se uma ao outro contra os móveis...
1ºEsq.Casal com duas minimeus....gritam ao acordar...gritam ao deitar...
2Drt..O Sr Engenheiro ....(fala) alto em situações menos próprias...e reza...e chama pela mãe...2ESq...Moçoilas amigas gostam de fazer bricolage as 02Hoo manhã....Já lhes recomendei ponto cruz...Nada feito...E haveria muito mais para contar mas são 5 andares....E eu até aqui a escrever sobre eles, dá-me vontade de ir agora lá fora....colocar palitos nas campainhas....Beijos
A luta continua Fada!! Venha o euromilhões que compro um monte!!
Os eternos dramas da vizinhança...
Resmas e resmas infindáveis de páginas se podiam escrever sobre...
Não deixa de ser curioso, este teu "grito" de manifesto.
Gosto particularmente do pormenor das testemunhas de Jeová! eheh Achei uma delicia de pormenor... eheh
Diz-me só uma coisa, consegues ao menos identificar a marca das roupas? E as peúgas.. são brancas com 2 raquetes de tenis em cruz??? ehehe
Oh minha linda fadinha!!! Bons tempos de vizinhança tivemos!!! Até o meu Aramis gostava de visitar a vizinha do lado e pobre coitado, às vezes lá ia parar ao vizinho de baixo, por força da gravidade!!! He He!
BUZIAKI SAUDOSOS
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