my own private anjos
© joaquim pena, 2012
Perdi o último combóio e fiquei na estação vazia, pacientemente aguardando durante os próximos 4 minutos. Optei por sentar-me na ponta de uma fileira de bancos.
Ao fundo da plataforma e caminhando na minha direcção vinha o último passageiro, um senhor cego, daqueles já habitués nestas andanças. Caminhava, devagarinho, a fazer toc-toc-toc com a vareta (correctamente chamada bengala branca), nos obstáculos ao longo da parede.
Quando se aproximou rodei as pernas para o lado, com a melhor das intenções, para evitar que o senhor tropeçasse.
Toc-toc-toc fez ele nos bancos ao meu lado, toc-toc-toc fez ele no meu banco e, depreendendo que estava vago, numa fracção de segundos – pimba –, sentou-se ao meu colo!
Ou ando com os sinais vitais ao nível dos de uma alma penada, ou o meu perfume perdeu as propriedades olfativas %-\
Etiquetas: fairy diary
3 Comments:
Ou ele nã era ceguinho...e estava farta de te topar as carnes....
E mal pode tunga...no teu colo....Nã sentistes as manitas...nas tuas coxas!!!!
Quando...vires novamente um "suposto" ceguinho....faz-lhe um teste....dirige-te a ele a fingir que o vais atirar à linha.....
Resulta...
As carnes??
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