o fim da internet?
Ao longo de mais de 3 anos de vida, estas paredes cor-de-rosa nunca pretenderam ser nada mais além disso: uma montra de inócuas tolices, estórias de sabor adocicado e o elogio de uma (muito pessoal) utopia de retrato de vida, devidamente decorada com laçarotes e fru-frus.
Conscientemente optei por não abordar o assunto do ano nem emitir pareceres sobre a pobre Susan Boyle (sem qualquer sentido depreciativo, entenda-se!). Chegaram-me as avalanches de teses e bitaites que todo o bicho careta desta bloglândia achou por bem formular (beyond my understanding... perdoem-me!).
Esta é uma pequena metáfora para a minha regra de ouro "cada macaco no seu galho", se é que me faço entender.
E também um preâmbulo para hoje fugir à regra (cor-de-rosa) e abordar um assunto que tenho acompanhado nas últimas semanas e que amanhã conhecerá o veredicto final.
E nós, todos aqui neste imenso círculo de vizinhos com o prefixo comum www, corremos o iminente risco de passar a viver numa restrição sumária da liberdade dos nossos clicks.
Alarmismos? Esperemos. Ou talvez nem por isso...
E agora senhoras e senhores, o que vai ser da nossa vida?
transcrição de um email que recebi [via alice]
VOTAÇÃO NO PARLAMENTO EUROPEU NO DIA 5 DE MAIO DE 2009
Não deixe que o parlamento europeu lhe feche a internet... não haverá volta atrás!
Aja agora!
O acesso à internet não é condicional
Todos os que têm um site, blog bem como todos aqueles que usam o Google ou o Skype, todos aqueles que gostam de expressar as suas opiniões livremente, investigarem do modo que entendem seja para questões pessoais, profissionais ou académicas, todos os que fazem compras online, fazem amigos online, ouvem música ou vêm videos...
Milhões de europeus dependem da internet quer seja directa ou indirectamente no seu estilo de vida. Tirá-la, limitá-la, restringi-la ou condicioná-la, terá um impacto directo naquilo que fazemos. E se um pequeno negócio depender da internet para sobreviver, torná-la inacessível num período de crise como o que vivemos não pode ser bom.
Pois a internet que conhecemos está em vias de extinção através das novas regras que a União Europeia quer propôr no final de Abril. Segundo estas leis, os provedores de serviço, ou seja as empresas que nos fornecem a internet, PT, Zon, Clix entre muitas outras, vão poder legalmente limitar o número de websites que visitamos, além de nos poderem limitar o uso ou subscrição de quaisquer serviços que queiramos de algum site.
As pessoas passarão a ter uma espécie pacotes de internet parecidos com os da actual televisão. Será publicitada com muitos "novos serviços" mas estes serão exclusivamente controlados pelo fornecedor de internet, e com opções de acesso a sites altamente restringidas.
Isto significa que a internet sera empacotada e a sua capacidade de aceder e colocar conteúdo será severamente restringida. Criará pacotes de acessibilidade na internet, que não se adequam ao uso actual que damos à internet hoje.
A razão é simples...
Hoje a internet permite trocas entre pessoas que não são controladas ou promovidas pelo intermediário (o estado ou uma grande empresa), e esta situação melhora de facto a vida das pessoas mas força as grandes corporações a perderem poder, controle e lucros. E é por isso que estas empresas forçam os políticos "amigos" a agirem perante esta situação.
A desculpa é a pirataria de filmes e música, mas as verdadeiras vítimas seremos todos nós, a democracia e a independência cultural e informativa do cidadão.
Recentemente, vieram com a ideia que a pirataria de vídeos e música promove o terrorismo (http://diario.iol.pt/tecnologia/mapinet-internet-pirataria-terrorismo-crime-tvi24/1058509-4069.html) para que seja impensável ao cidadão comum não estar de acordo com as novas regras...
Pense no modo como usa a internet! Que significaria caso a sua liberdade de escolha lhe fosse retirada?
Hoje em dia, a internet é sobre a vida e liberdade. É sobre fazer compras online, reservar bilhetes de cinema, férias, aprendermos coisas novas, procurar emprego, acedermos ao nosso banco e fazermos comércio.
Mas é também sobre coisas divertidas como namorar, conversar, convidar amigos, ouvir música, ver humor, ou mesmo ter uma segunda vida.
Ela ajuda-nos a expressarmo-nos, inovarmos, colaborarmos, partilharmos, ajuda-nos a ter novas ideias e a prosperar... tudo sem a ajuda de intermediários.
Mas com estas novas regras, os fornecedores de internet escolherão onde faremos tudo isso, se é que nos deixarão fazer.
Caso os sites que visitamos, ou que nós criámos não estejam incluídos nesses pacotes oferecidos por estas empresas, ninguém os poderá encontrar.
Se somos donos de um site ou de um blog e não formos ricos ou tivermos amigos poderosos, teremos de fechar.
Só os grandes prevalecerão, com a desculpa de que os pequenos não geram tráfego suficiente para justificar serem incluídos no pacote.
Continuaremos a ter a Amazon, a Fnac ou o site das finanças, mas poucos mais.
Os telefonemas gratuitos pela internet decerto que acabarão ( como já se passa nalguns países da Europa) e os pequenos negócios e grupos de discussão desaparecerão, sobretudo aqueles que mais interessam, os que podem e querem partilhar a sua sabedoria gratuitamente com o mundo.
Se nada fizermos perderemos quase de certeza a nossa liberdade e uso livre da internet.
A proposta no Parlamento Europeu arrisca o nosso futuro porque está prestes a tornar-se lei, uma lei quase impossível de reverter.
Muitas pessoas, incluíndo deputados do Parlamento Europeu que a vão votar positivamente, não fazem a menor ideia do que isto pode querer dizer, nem se apercebem das implicações brutais que estas regras terão na economia, sociedade e liberdade. Estas medidas vêm embrulhadas numa coisa chamada "Pacote das Telecom's" disfarçando estas leis de algo que apenas é relativo à indústria das telecomunicações.
Mas na verdade, tudo não passa de regras sobre o uso futuro da internet. A liberdade está a ser riscada do mapa.
Nestas leis propostas, estão incluídas regras que obrigam as Telecoms a informaram os cidadãos das condições em que o acesso à internet é fornecido. Parece ser uma coisa boa, em nome da transparência, mas não passa de uma diversão para poderem afirmar que podem limitar o nosso acesso à liberdade na internet, apenas terão é que informar-nos disso.
O futuro da internet está em jogo e precisamos de agir já para o salvar.
Diga ao Parlamento Europeu que não quer que estas alterações sejam votadas.
Lembre-os que as eleições europeias são em Junho e que a internet ainda nos dá alguma liberdade para que possamos observar e julgar os seus actos no Parlamento.
Saiba que não está sozinho(a) nesta luta... Enquanto lê isto, centenas e centenas de outras organizações estão a trabalhar para que esta mensagem chegue a quem de direito. Milhares de pessoas estão também a contactar os seus deputados neste sentido. Ajude-se a si mesmo, colabore e faça o que pode por esta causa...
A internet é tão sua como deles...
Blackout Europe
7 Comments:
Não acredito que seja possível, cá para mim é um alarmismo. Mas alerta ficarei, então, porque limitarem-me o acesso à Internet é, literalmente, retirarem-me o meu sustento.
não estou a ver a coisa ir em frente, mas veremos. era só o que faltava!
Da maneira como as coisas se têm estado a linear não me admiro mesmo nada que vão avante nesta ideia lunático-restrangedora de liberdade.
Claro que o Estado tem que meter a colher em todas as trocas comerciais e como é sabido através da net isso deixou de ser completamente visível como tal a resposta idiota não deixou de vir em defesa dos interesses económicos maiores.
A luta continua!, felizmente o bom senso ainda não fugiu completamente dos corredores da UE
http://www.miguelportas.net/blog/2009/05/06/parlamento-europeu-vitoria-da-liberdade-e-do-direito-dos-utilizadores-de-internet/
mas devemos contiunar atentos, os lobos escondem-se na sombra mas estão vigilantes :)
Os autores têm direitos, sim, e o primeiro é a consciência e a responsabilidade de com o seu trabalho criar um mundo mais livre e decente.
xmacx
Respiro genuinamente de alívio.. Nem quero pensar no que teria sido de nós se este disparate tivesse ido avante.
O homem sempre a querer impor barreiras, limites, bordas, fronteiras... Delimitar o espaço e depois cobrar o acesso.
Culpa de quem? Na verdade de ninguém... É apenas reflexo da imagem da sociedade em que vivemos hoje.
Acho a internet divertida pelo simples fato de ser um movimento pseudo-anárquico natural. Não foi pensada para ser o que é, apenas surgiu e pronto. Claro que ainda existem imbecis de ambos os lados, sempre motivados por ações monetárias ou de vaidade - os que cobram quantias absurdas por coisas que não valem nada e os que criam vírus e armadilhas para incautos internautas - mas via de regra é um espaço livre de conceitos e preconceitos!
Espero, sinceramente que não existam limites para este local de bits e bytes. Seja aqui, seja na Europa ou nos USA da vida. Já basta esta chatice chamada Passaporte, visto de entrada, União Européia, ALCA, MERCOSUL...
Me pergunto o porquê dos seres humanos estarem se organizando em bandos, gangues, grupecos... A resposta me vem, sempre, em forma de duas palavras: dinheiro e vaidade!
Obrigado por sua visita ao meu moribundo blog!
Beijos.
p.s.: palavra de verificação do blogspot "smsol" e aqui em Salvador está achover! hahaha! O Google comanda o mundo! =P
p.s.: faltou um "sempre" depois de "o porquê dos seres humanos..." ;)
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